Texto de Referência

Tema: O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação 

Em um mundo marcado por mudanças aceleradas e transformações profundas, os museus* se consolidam como espaços essenciais para a reflexão, a preservação e a promoção da cultura.  

Diante de desafios globais e locais, a 23ª Semana Nacional de Museus propõe uma discussão sobre o futuro dessas instituições, destacando seu papel como agentes de transformação em comunidades dinâmicas e diversificadas.  

Com o tema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”, o evento também convida à reflexão sobre três subáreas temáticas fundamentais: Patrimônio Imaterial, Juventude e Novas Tecnologias. 

O patrimônio imaterial, composto por saberes, expressões, tradições e práticas culturais, é uma fonte viva de identidade e conexão comunitária. Numa realidade dinâmica, os museus têm o desafio de promover e valorizar esse legado intangível como testemunho do passado e inspiração para manutenção das práticas no presente e o futuro. 

Ao documentar, preservar e difundir o patrimônio imaterial brasileiro, os museus fortalecem a memória coletiva, valorizam saberes e fazeres tradicionais e incentivam o diálogo intercultural. Danças, músicas, rituais, modos de viver, culinárias e técnicas artesanais são exemplos de expressões que, quando integradas aos bens musealizados, enriquecem a experiência do público e reforçam o sentido de pertencimento. Além disso, ao promover o protagonismo das comunidades detentoras desses bens, os museus se tornam espaços de empoderamento e de construção de futuros mais inclusivos e plurais. 

A juventude, por sua vez, ocupa um lugar central para a existência dos museus, tendo em vista que o público estudantil é bastante expressivo. Através da educação, uma das funções primordiais de todos os museus, pode-se realizar ações inovadoras que façam dessas instituições centros vibrantes de cooperação, experimentação e desenvolvimento. 

Ao abrir espaço para a participação ativa dos jovens, os museus podem se reinventar como plataformas de diálogo intergeracional, onde novas ideias e perspectivas são valorizadas. Programas educativos e projetos colaborativos podem ampliar o alcance dos museus e das manifestações culturais, tornando-os mais relevantes para as novas gerações. Além disso, ao integrar a juventude em suas atividades, os museus abrem espaço para o desenvolvimento econômico, social e cultural das comunidades, fortalecendo seu papel como agentes de mudança e progresso. 

No campo das novas tecnologias, já percebemos como elas estão redefinindo o modo como os museus se relacionam com seus públicos e com o mundo ao seu redor. Por meio de ferramentas digitais, como realidade aumentada, inteligência artificial, plataformas interativas e acervos virtuais, os museus podem ampliar seu alcance, democratizar o acesso à cultura e promover uma participação cidadã mais ativa. 

Além de potencializar a experiência do visitante, as tecnologias permitem que os museus se tornem centros sustentáveis e inovadores, capazes de adaptar-se às demandas de um mundo em constante transformação. A digitalização de acervos, por exemplo, é uma forma de preservar a memória pois possibilita o acesso a diversos públicos. Da mesma forma, o uso de tecnologias verdes pode contribuir para a sustentabilidade ambiental dessas instituições, alinhando-as aos desafios contemporâneos. 

Ao integrar as novas tecnologias em suas práticas, os museus se consolidam como espaços de aprendizagem e inovação, onde o conhecimento é compartilhado de forma dinâmica e inclusiva. 

A 23ª Semana Nacional de Museus, portanto, convida a refletir sobre o futuro dessas instituições em um mundo em rápida transformação. Ao valorizar o patrimônio imaterial, abraçar a juventude e incorporar novas tecnologias, os museus podem se reinventar como espaços dinâmicos, inclusivos e transformadores. Nesse processo, eles preservam o passado, inspiram o presente e constroem um futuro mais sustentável e conectado com as comunidades. 

*Todas as vezes em que citamos no texto a palavra “museus” entenda-se “processos museais e qualquer instituição de memória”. Isso inclui: museus, salas de cultura, comunidades quilombolas, podcasts/videocasts, pontos culturais, memoriais, centros culturais, parques históricos, redes de educadores, sistemas de museus, escolas técnicas, institutos históricos, cemitérios, pinacotecas, ateliês, laboratórios de documentação ou de artes e diversas associações culturais. Como pessoas físicas, incluem-se: os mestres de saberes, professores, alunos, mestrandos, doutorandos do curso de museologia e outras áreas de formação correlatas.  

Identidade Visual

Começamos o processo de desenvolvimento da identidade visual estudando. O desafio deste ano foi conectar o tema ‘Futuro dos Museus em Comunidades em Rápida Transformação’ com as subáreas: Patrimônio Imaterial, Juventude e Novas Tecnologias. Percebemos que o tema é uma provocação aos museus e instituições para o movimento, para ultrapassar a barreira das visitações presenciais, entrar nas comunidades e também trazer as comunidades para dentro dos museus.

Cartaz principal

O Patrimônio Imaterial é representado por expressões culturais como a dança, o frevo, o modo de fazer a cajuína e a arte Kusiwa. Ao incluí-las na identidade visual, reforçamos a importância de preservar e valorizar essas tradições, que são fundamentais para a nossa identidade nacional.

A Juventude, por sua vez, está presente nas colagens que compõem os cartazes. Essas representações visuais capturam a energia, a criatividade e o dinamismo dos jovens, destacando seu papel na transformação e no futuro dos museus.

As Novas Tecnologias são representadas pelos movimentos artísticos afrofuturista e o futurismo indígena, que inspiraram a composição estética e inserem a cultura ancestral em uma visão de futuro, indo além do entretenimento para abordar temas como sobrevivência e resistência.

Cartaz secundário

Cores

As cores amarelo e laranja foram selecionadas por sua associação com a alegria, o otimismo e a vitalidade, características que queremos vincular à participação jovem no evento.

As tonalidades azuis, frequentemente associadas à tecnologia, foram utilizadas para simbolizar inovação e progresso. Já o verde foi incorporado para representar a sustentabilidade, um valor essencial em qualquer discussão sobre o futuro.

Tipografia

A identidade visual da 23ª Semana Nacional dos Museus foi desenvolvida, portanto, com o intuito de comunicar de forma harmoniosa e impactante a temática do evento. Cada escolha de cor, forma e representação foi feita com o propósito de defender e promover o patrimônio imaterial, a juventude, as novas tecnologias e as comunidades, garantindo que todos esses e outros elementos sejam devidamente valorizados e celebrados.